Com o objetivo de promover uma atividade prático-teórica circular e interativa com alunos do 1º período, o professor Nelson Camatta Moreira desenvolveu uma oficina de construção de resenha, com apreciação crítica de autores, a partir de um texto sobre “Direito Constitucional, Teoria do Estado e Literatura”.
Além do professor Nelson, a atividade recebeu o procurador do Estado e pós-doutorando da FDV, Rodrigo Francisco de Paula, ambos autores do texto objeto da resenha intitulado “As (des)ilusões de Isaias Caminha e Policarpo Quaresma no constitucionalismo de Bruzundanga”, que descreveram todo o percurso e o conteúdo da pesquisa com apreciação crítica dos alunos.
O objetivo foi possibilitar aos alunos o conhecimento sobre as nuances de uma produção textual, além de poderem tirar dúvidas e debater a obra estudada com seus próprios autores, além de debater tudo o que envolve a produção de um artigo jurídico científico.
Ao detalhar a atividade, o mestrando Rodrigo Bandeira de Melo, que realiza estágio de docência sob a orientação do professor Nelson, explicou que “o texto da resenha provoca uma análise crítica acerca sobre as formas de desigualdade social que se manifestam na atualidade, a partir das origens históricas da construção da subcidadania na república brasileira. E o melhor: Essa imersão aconteceu amparada por dois contos de Lima Barreto, que tecem, com humor e ironia, críticas às estruturas e nas relações desiguais da primeira república brasileira. A roda de conversa com o coautor desse importante texto, foi uma oportunidade de ouvir, direto da fonte, as inspirações, impressões e inquietudes que o levou a escrevê-lo”, disse.
Já o aluno do 2º período, Djalmo Fuck, que é monitor da Disciplina Estado e Constituição ministrada pelo professor Nelson, contou que a atividade foi uma experiência diferente no formato e na condução de uma aula. “A FDV está sempre inovando. Criar pontes entre os diversos saberes, especialmente entre o Direito e a Literatura, parece ser a marca característica do professor Nelson. Afinal a literatura é sempre um espelho de nossa realidade, dos fatos vividos e que o Direito pretende alcançar. Desta vez, nosso diálogo foi com o autor Lima Barreto, nascido no final do século XIX e o “crítico mais agudo da época da Primeira República Brasileira, rompendo com o nacionalismo ufanista e pondo a nu a roupagem republicana que manteve os privilégios de famílias aristocráticas e dos militares”. Uma literatura militante voltada para a investigação das desigualdades sociais, da hipocrisia e da falsidade dos homens e das mulheres em suas relações dentro da sociedade. Para tanto, esteve conosco também o Pós-Dourando Rodrigo de Paula, que escreveu o artigo do diálogo em sala, intitulado: “As (des)ilusões de Isaias Caminha e Pollicarpo Quaresma no Constitucionalismo de Bruzundanga”, refletindo conosco Lima Barreto e sua época histórica”, descreveu.
Já o aluno do 1º período, Gustavo Fazolo Dutra, falou que o tema e a experiência da atividade foi muito relevante. “Tratou de questões que desde sempre foram pertinentes ao Brasil, dado que sempre foi um país marcado pelas desigualdades sociais. O relacionamento do papel social do Direito à solução destes problemas contribui muito para a formação da consciência cidadã do pessoal. Importante visão que vai além do conteúdo programático ministrado em sala de aula ao promover a formação de uma consciência crítica a respeito da realidade social”, disse.